O estudo “Cada Hora Importa” realizado pelo Itaú Social e Plano CDE contabilizou horas de aprendizagem na educação formal, em casa, em atividades extracurriculares de lazer e férias de crianças e adolescentes de famílias que estão nos 10% com menor renda e as que estão nos 10% com maior renda. 

O resultado é assustador: a diferença de tempo de aprendizagem entre os adolescentes com maior e menor renda, após o 9º ano do Ensino Fundamental, é de 7.124 horas. Isso equivale a quase 8 anos de estudos em uma escola regular, ou quase 10 anos em atividades de contraturno, revelando não apenas uma enorme desigualdade na distribuição do tempo de aprendizagem, como também na diversidade de estímulos e vivências às quais crianças e adolescentes são expostos.

Foi pensando nesta desigualdade de possibilidade de estímulos que a Acorde nasceu. 

Na Acorde as crianças e adolescentes brincam, leem, cozinham o que plantam na horta, convivem com quem fala alemão e inglês, praticam de futebol a capoeira, experimentam o violão, a guitarra, o baixo, a bateria, conhecem pela culinária e pela música diferentes culturas, montam peças de teatro, fazem o roteiro, se apresentam, filmam curtas, discutem e refletem sobre o bairro, a cidade, sustentabilidade, política, gênero e raça. Além disso viajam, passeiam, vão ao cinema, vão à Bienal, à Ocupação Sueli Carneiro, ao Mercado Municipal, ao MASP.

Poderíamos escrever ainda um monte de coisas que já conseguimos fazer nestes 20 anos de história, e listar mais um monte de outras que ainda queremos! No fundo, queremos que eles conheçam o mundo, ocupem o mundo. Queremos que sua infância e adolescência seja igualmente rica de oportunidades.